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Robert Hamerton-Kelly

 

 

O Futuro da Teoria Mimética;
Reflexões após 50 Anos

      Robert Hamerton-Kelly

Este ano, 2011, marca o trigésimo aniversário da amizade de Hamerton-Kelly com René Girard. Durante todo esse tempo eles foram colegas na Universidade Stanford, parceiros de conversas e amigos. Hamerton-Kelly tentará atenuar a rivalidade mimética observando que o seu privilégio foi essencialmente fortuito: ele estava em Stanford quando René chegou, teve o privilégio de almoçar com ele muitas vezes. Sem a pretensão de profetizar sobre o futuro da teoria mimética, Hamerton-Kelly tratará antes de delinear o lugar em que estamos e sugerir por projeção para onde estamos nos dirigindo. Para ele, há sete portos de escala na corrente principal do rio da teoria mimética: literatura, antropologia, teologia, filosofia (as ciências “secas”), neurobiologia (as ciências “molhadas”), psicologia e historiografia. Há dois afluentes principais para essa corrente principal: a antropologia generativa de Eric Gans e o desafio atual de Jean-Pierre Dupuy no sentido de “ciúmes em vez de imitação”.

Num espírito de diálogo, Hamerton-Kelly introduzirá cada um desses itens e comentará seus pontos fortes e fracos, suscitando um diálogo vivo sobre o futuro da nossa iniciativa comum.

Contudo, ele dedicará a maior parte da palestra ao seu próprio ponto de vista, expressado no livro de sua autoria sobre São Paulo, uma das publicações que fará parte da Biblioteca René Girard. A questão de Hamerton-Kelly é que a contribuição mais importante e duradoura acabará sendo a redescoberta teológica da cruz como o fim de toda religião, inclusive da religião cristã. O elo no contexto da teoria mimética entre desejo, violência e os mecanismos religiosos (sacrificiais) de controle também é revelado no caso da cruz de Jesus e uma vez revelado dissolve as estruturas sacrificiais dos “principados e poderes” e causa o apocalipse.

Para ele, essa é a opinião final e definitiva do próprio Girard, e mais do que isso, verdadeira. Dessa forma, Girard não é somente um gênio, ele é um evento importante na história, um profeta do apocalipse e uma parte do processo histórico do que está por vir.

Não é necessário ser cristão para ver a verdade do que é revelado na lenta tortura para a morte do jovem Jesus judeu, e sua interpretação por seu amigo Pedro e seu seguidor Paulo. De fato, não é preciso ser crente, tampouco religioso para ver nesse evento não a pedra angular de uma nova religião, mas sim a revelação de quem somos e do que é o nosso mundo, e por que razão, com o fracasso dos controles religiosos, a desintegração histórica é inelutável, e o fim da história humana, inevitável. Parafraseando T. S. Eliot à luz da nossa cultura “da mensagem de texto” (texting), “da mensagem de texto erótico” (sexting): “O mundo não acabará com uma explosão, com uma lamúria, mas com um tweet.”   

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