René Girard

René Girard nasceu em Avignon, no dia 25 de dezembro de 1923. Seu pai trabalhava como curador do Museu da Cidade e do famoso “Castelo dos Papas”. Girard estudou no liceu local e recebeu seu baccalauréat em 1940. De 1943 a 1947 estudou na École des Chartes, em Paris, especializando-se em História Medieval e Paleografia. A experiência da França ocupada foi muito importante para sua posterior visão do mundo.

Em 1947 deixou a França, começando um doutorado em História na Universidade de Indiana, Bloomington. Durante o curso, ensinou Literatura Francesa na mesma universidade. Concluiu o doutorado em 1950 com a tese American Opinion on France, 1940-1943.

Girard fixou residência nos Estados Unidos, tornando-se professor nas mais importantes universidades norte-americanas: Indiana; Johns Hopkins; Universidade do Estado de Nova York, em Buffalo; Stanford. Aposentou-se em 1995 na Universidade Stanford.

Três livros marcam datas fundamentais do percurso intelectual do pensador francês.

Em 1961 publicou seu primeiro livro, Mentira Romântica e Verdade Romanesca, expondo os princípios da teoria do desejo mimético, sobretudo no mundo moderno.

Em 1972 foi a vez de A Violência e o Sagrado, apresentando o mecanismo do bode expiatório, visto como uma nova chave para a compreensão da gênese da cultura humana. A repercussão do livro foi grande. Por isso, já no ano seguinte, a revista Esprit dedicou um número especial à obra de René Girard. Desde então, o interesse pelo seu pensamento não parou de crescer.

Com a colaboração de Jean-Michel Oughourlian e Guy Lefort, dois psiquiatras franceses, Girard publicou, em 1978, seu terceiro livro, Coisas Ocultas desde a Fundação do Mundo. Trata-se de um longo e sistemático diálogo sobre a teoria mimética, agora desenvolvida em sua totalidade. 

Depois da publicação desses três títulos, René Girard dedicou-se a aperfeiçoar aspectos específicos da teoria mimética, com destaque para a leitura antropológica da Bíblia e, especialmente, do Novo Testamento.

Nos últimos anos, Girard tem analisado os grandes dilemas do mundo contemporâneo. Desse modo, oferece novas perspectivas sobre temas como distúrbios alimentares, terrorismo e crise ecológica, esclarecendo o potencial da teoria mimética para um entendimento inédito dos desafios que enfrentamos no século XXI.